No Alasca, cortar lenha é um esporte muito popular. Conta-se que um famoso atleta, campeão dos campeões, o mestre dos mestres na arte de cortar lenha, já com a idade bastante avançada, decidiu aposentar-se e dedicar a sua vida a ensinar os jovens. Mal iniciou a sua nova empreitada, um jovem aluno resolveu desafiar o mestre.
Durante a competição, não conseguindo conter sua curiosidade, o aluno julgou conveniente observar o desempenho do mestre.
Assim, deixou o seu posto de competição e foi dar uma olhadela no mestre e observou que ele estava sentado. Então, pensou: ‘É natural que ele tome tempo para descansar. Está velho, cansado, não vai ser difícil vencê-lo’. Ao final da competição, ao se fazer a contagem das toras cortadas, o mestre havia ganho. O aluno, surpreso e sem entender o que ocorrera, perguntou: “Mas como o mestre venceu? Como é possível ter vencido se em todos os momentos que tirei tempo para observá-lo ele estava sentado?”
“Eu não estava sentado”, disse o mestre. “Eu estava amolando o machado”.
Frequentemente, as pessoas se deixam afetar pela pressão da urgência, deixam-se conduzir pela ansiedade do fazer imediato, tornam-se escravas do ativismo exacerbado, perdendo, assim, a consciência de que todo esforço aplicado, com todo o suor derramado, podem ser em vão se as ferramentas não estiverem afiadas.
Definitivamente não é o trabalho excessivo e árduo que garante o melhor resultado. É preciso trabalhar com inteligência, isto é, ter claro na mente o resultado que se quer alcançar e nas mãos as ferramentas certas e afiadas.
O que fez a diferença entre o mestre e o aluno? Foi a mentalidade de cada um diante da mesma realidade. Enquanto o mestre buscava amolar o machado, o aluno pensava tê-lo afiado. Enquanto o mestre buscava facilitar a ação, o aluno redobrava o seu esforço.
Se você acredita que já sabe tudo o que precisa, você vai fechar sua mente. Se você se esconde atrás da muralha do “eu já sei”, não vai aprender. É impossível alguém aprender o que julga saber.
Michele Servelhere