É normal termos apego aos problemas quando estamos habituados a usá-los como proteção e como forma de obtermos ganhos secundários. A zona de conforto de mantermos esses hábitos, nos faz estacionar e não permite que possamos evoluir em nossa essência. Sempre quando persistimos em permanecer no padrão habitual, nos afastamos de nós mesmos, ou seja, do nosso verdadeiro e saudável eu.
O desenvolvimento de doenças físicas pode aparecer exatamente quando estamos nutrindo essa forma de comportamento, e elas surgem para sinalizar que daquela forma atacamos nosso corpo. Às vezes pode acontecer de vermos pessoas preferirem definhar ou aceitar a morte, a reestruturar o padrão de comportamento que tanto lhes afeta.
Um certo dia recebi um paciente para consulta, que me pediu para lhe ajudar a parar de fumar. Disse muito emocionado que havia passado com seu médico, que lhe comunicou: “Ou você para de fumar, ou vai morrer”.
Então, eu como sua terapeuta fiz a seguinte pergunta que me parecia óbvia: “Por que você está escolhendo morrer?”
Ele se assustou com a pergunta e disse que nunca havia pensado nisso. Na verdade, esse paciente estava tão desconectado e alheio de si próprio, que não conseguia enxergar com clareza o que estava prestes a tirar sua vida.
Precisamos cada vez mais nos conscientizar de que nossa mente e nosso corpo são uma coisa só, não existe separação. A forma como estruturamos nossos pensamentos, emoções e sentimentos, é como nosso corpo responderá.
Outra coisa importante de orientar e esclarecer, é o cuidado que devemos ter com as palavras que usamos a nos referir a nós mesmos. Devemos ser mais generosos e amáveis.
É muito comum ouvirmos das pessoas “ eu sou depressiva”. Diga: “eu estou depressiva”. Não se aproprie de uma doença a um nível de identidade, é ainda mais perigoso e destrutivo. Vamos aprender a desenvolver cada vez mais a habilidade de nos cuidar com carinho e amor. Se habitue a olhar mais para dentro do que para fora.
Seja cooperativo consigo, tenha paciência. Busque sempre a ajuda de um profissional, esse é o primeiro passo.
Michelle Servelhere